Todos podem ser felizes, fazer amigos, brincar e ainda transmitir uma imagem profissional nas redes sociais. Porém, ninguém precisa fazer papel de bobo. Nesses momentos de indignação aguda com as repercussões da Lava Jato e a roubalheira em Brasília, muita gente solta os bichos e fala bobagem sem perceber. O diabo é que, talvez você não tenha percebido, mas existe muita gente de olho na sua vida digital: headhunters, fiscais do imposto de renda, vizinhos, gente que quer o seu emprego, o pessoal do compliance e até o governo americano, que pode investigar suas redes sociais para decidir se lhe concede ou não um visto de entrada. Um manual de etiqueta para redes sociais pode ajudar.
Uma pesquisa realizada pela Microsoft sobre o assunto revelou um dado assustador: 14% dos entrevistados afirmaram ter enfrentado consequências negativas de suas postagens em redes sociais. Desses, 21% foram demitidos! O estudo completo aqui. Por essas e outras razões, dar as caras nas redes sociais é uma coisa muito, muito séria para quem dá valor para a própria imagem. Nos últimos anos, aqui na Medialogue nós trabalhamos com centenas de perfis sociais e pesquisamos outros tantos. Identificamos algumas atitudes que oferecem grande potencial para nos transformar em bobões em formato digital. Nenhuma das condutas abaixo vai acabar com a sua vida ou destruir sua reputação, mas… Pensa bem, deixar de escovar os dentes, não pentear os cabelos, meia furada e batom borrado também não matam ninguém, mas… Eis um resumo do que descobrimos, alguns dos pontos parecerão mais óbvios do que outros, mas o que eu posso garantir é que são igualmente importantes. Ah, digo por experiência própria.
Primeira coisa: decida se você está nas redes sociais a lazer ou a trabalho. Ou, pelo menos, tente não misturar trabalho com diversão, ou tente escolher um lugar para brincar e outro para trabalhar.
A cor da sua gravata importa? O modelo da sua bolsa? O corte de cabelo? Claro que sim, o visual importa, não é? Na web é igual. Você também é medido pelo layout. Então, por que aqueles memes estão tão feinhos?
Escolha sua rede (ou as suas redes) e aprenda a usá-la. Um perfil no Facebook só para “encontrar” familiares e amigos não precisa ser aberto, por exemplo. Um perfil profissional no LinkedIn precisa ser… adivinha… profissional.
Nenhum José gosta de ler seu nome escrito Jozé. E José que é do Rio não quer ser chamado de paulista. Óbvio, não? Pois é, mas muita gente não se preocupa em verificar se as infomações disponíveis sobre si na internet estão corretas e atualizadas.
Valorize sua privacidade. Até mesmo pessoas altamente expostas como políticos e artistas sabem por onde passa a linha que divide a vida pessoal da pública. Se você não dá valor para o que é seu, quem dará?
O mundo precisa mesmo ver aquelas suas fotos, digamos, mais descontraídas? Não existem aquelas coisas que guardamos apenas para os amigos? Nas redes sociais é igual.
Essa é elementar. Não beba antes de dirigir, nem antes de postar. Falar bobagem na festinha da repartição é chato. Muito mais chato é ver a bobagem correr o mundo.
Respeite os outros. Tudo que incomoda na vida real incomoda no mundo virtual. Aquela mania de postar tudo e compartilhar tudo e criar grupos e fazer piadas de tudo, ufa! Bem, isso pode ser tão desagradável quanto a insistência do telemarketing, a mala direta que entope a caixa de correio…
As redes estão coalhadas de radicais defendendo teses esdrúxulas em nome do interesse do Brasil, da liberdade, etc. Antes de presenteá-los com seu like, pense duas vezes: você quer mesmo a pena de morte, a volta dos militares, “paredão para os bandidos” e coisas desse tipo? Você sabe que tipo de malucos está incentivando com seus singelos clicks?
As redes sociais são o melhor lugar que você conhece para discutir política com aquele seu velho amigo?
Finalmente. Vá ao Google e faça uma pequisa pelo seu nome. Gostou do que viu? Parabéns. Achou algo estranho? Se não é assim que gostaria de ser visto, melhor pensar no assunto.
Depois falamos mais. A lista continua…
Alexandre Secco
Este artigo foi originalmente publicado no LinkedIn. Clique aqui para ler a versão original.
Alexandre Secco é especialista em comunicação digital e sócio-diretor geral da Medialogue Digital, empresa por trás da suíte Reputation Guardian, e líder do comitê de Marketing Político Digital da Abradi (Associação Brasileira de Agentes Digitais). Como consultor, trabalhou para políticos de primeiro escalão, algumas das maiores empresas brasileiras e as maiores e mais influentes ONGs do país.
A Medialogue Digital foi criada há quase dez anos com o propósito de oferecer serviços de comunicação digital associando tecnologia com a melhor tradição do jornalismo. Já trabalhamos ao lado de presidentes, ministros do Supremo, CEOs, prefeituras, empresas listadas entre as maiores do país e algumas das mais influentes ONGs brasileiras. É a empresa por trás do Reputation Guardian, uma suíte de serviços para enfrentar ataques difamatórios e promover presença positiva no Google e nas redes sociais. Para baixar outras pesquisas visite o nosso site.