Pesquisa Medialogue revela políticos mais influentes da web

Desde 2013 mais de 48 milhões de brasileiros passaram a seguir deputados e senadores no Facebook e Twitter revela a Pesquisa Medialogue Político Digital 2016

Pesquisa Medialogue Político Digital 2016Com tantas atrações, distrações, utilidades e amenidades de graça nas redes sociais, convencer alguém a seguir um político no Facebook, ou ver seus discursos no YouTube deveria ser uma missão quase impossível, especialmente nessa época de tanto desgaste e notícias ruins. Porém, esta nova Pesquisa Medialogue Político Digital revela que algo extraordinário aconteceu nos últimos anos. Entre 2013 e 2016, saltou de nove milhões para 58 milhões o número de brasileiros que seguem deputados federais e senadores nas redes.

Equivale a dizer que nada menos do que um em cada três eleitores passou a acompanhar o trabalho de um parlamentar pela internet. A Pesquisa Medialogue também mostra que esses brasileiros deixam cerca de sete milhões de comentários e likes por mês nas páginas de seus políticos preferidos, um sinal bem claro de que estamos falando de uma comunidade ativa e interessada. Quem diria… E tem um detalhe: estes não são sinais isolados de uma transformação em andamento. Em 2014, estatísticas oficiais do Facebook mostraram que as eleições presidenciais no Brasil foram o terceiro assunto mais comentado na rede, em todo mundo. Política em alta na internet.

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No ponto que analisou a atenção dedicada pelos parlamentares às mensagens e questionamentos enviados por eleitores pelos canais digitais, o resultado foi uma surpresa. Apesar do interesse demonstrado pelas pessoas, deputados e senadores não corresponderam. Apenas 18% deles responderam às perguntas deixadas em suas páginas no Facebook, rede social usada por 98% dos parlamentares e por quase 50% dos brasileiros. Em 2011 o índice de resposta foi de 23% e em 2013 foi de 20%.

Segundo o coordenador da Pesquisa Medialogue, jornalista Alexandre Secco, as democracias mais avançadas exigem um alto grau de transparência de seus políticos e hoje a internet é o único caminho para se chegar lá. Para Secco, a pesquisa é importante porque vem ajudando a estabelecer novas práticas de comunicação usando os canais digitais. Os dados resumidos da pesquisa podem ser baixados gratuitamente pela internet em www.medialogue.com.br/politicodigital. Para obter informações mais detalhadas é preciso consultar a Medialogue pelo WhatsApp (11) 98361-4100.

Alexandre Secco, coordenador da Pesquisa Medialogue Político Digital
A Pesquisa Medialogue Político Digital é a terceira edição do levantamento da agência que vem ajudando a estabelecer novas práticas de comunicação usando os canais digitais, afirma Alexandre Secco, diretor da Medialogue e coordenador da pesquisa

A realização da Pesquisa Medialogue Político Digital é financiada inteiramente pelo Medialogue Digital e produzida de forma independente. Esta edição contou com o apoio da Social Figures, empresa especializada em monitoramento e análise de mídias sociais que oferece a ferramenta de monitoramento BrandCare e trabalha junto às principais organizações e agências de comunicação do país para fornecer dados precisos e transformá-los em insights estratégicos para tomada de decisão.

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Abaixo da média — O problema é que muitos políticos ainda não notaram que a conversa está mudando de lugar e novos hábitos estão surgindo, entre todas as idades e classes sociais, como já mostraram vários estudos. Segundo a pesquisa da Medialogue, não existe sinal algum de que, vistos em bloco, os parlamentares tenham caprichado mais, ou tenham se esforçado para parecer mais atraentes e interessados em fazer amigos digitais. Em uma escala de zero a dez, criada pela Medialogue para medir a influência digital de personalidades, os deputados federais ficaram com média três e os senadores, cinco. Aliás, 85% de todos os parlamentares tiraram no máximo cinco. Ninguém chegou a dez e 28 tiraram nota zero, ganhando um simbólico troféu de papel. São praticamente as mesmas notas recebidas nas pesquisas duas anteriores, realizadas em 2011 e 2013.

Eleitores sem resposta — Um outro indicador é ainda mais revelador da mentalidade política em relação à internet. Durante a pesquisa, todos os parlamentares receberam uma mensagem padrão, com uma solicitação simples. O propósito foi avaliar quantos deles respondem. Um teste objetivo, que oferece uma informação crucial, em um ambiente cuja lógica é a interatividade. Na pesquisa realizada em 2011, 23% responderam; em 2013 foram 20% e agora o índice caiu para 18%. O que devia melhorar, está cada vez pior. O que será que os parlamentares não estão entendo? A maioria das empresas sérias já aprendeu que cada mensagem, cada e-mail, cada telefonema conta. Elas sabem que responder é fundamental para criar um ambiente de reciprocidade e confiança, ainda que a resposta seja dada por robôs. Ignorar totalmente, sem uma justificativa qualquer, quem envia uma pergunta a um representante público que, por ofício, deve explicações é, no mínimo, um contra senso.

Políticos gastam muito dinheiro, saliva e sola de sapato para chegar até os eleitores, pelo menos quando se aproxima as eleições. Além disso, as campanhas custam muito caro, tão caro que estão na origem dos principais escândalos recentes do Brasil, o Mensalão e a Lava Jato. Quando dezenas de milhões de eleitores decidem aparecer por conta própria, sem precisar ser chamados, a lógica e o bom senso mandam que sejam tratados com muita consideração, a fim de mantê-los por perto, ouvindo e interagindo. Mas não…. As pessoas estão procurando informações e tentam interagir, mas muitas delas dão com a cara na porta.

Cadeia nacional — A pesquisa também mostra que alguns parlamentares estão conseguindo transformar seus canais sociais em plataformas de grande alcance. O senador Aécio Neves (PSDB), recordista no quesito, tem 4,5 milhões de fãs no Facebook. Proporcionalmente, considerando o tamanho do eleitorado de cada país, equivale à audiência da candidata Hillary Clinton, que disputa a presidência dos Estados Unidos. Se os gabinetes dos 513 deputados e 81 senadores fossem um só, formariam uma poderosa rede de comunicação que publica cerca de 80 mil posts por mês.

Os bons exemplos — Para os interessados, os bons exemplos estão dentro do próprio Congresso. Embora sejam uma minoria, há um bom número de parlamentares que já aprenderam a construir boas conversas nas redes sociais. É possível identificar claramente os cinco hábitos dos mais influentes:

  1. Fornecem informações relevantes sobre o que estão fazendo
  2. Posicionam-se com clareza sobre questões de interesse dos eleitores
  3. Dão atenção às pessoas, respondem suas perguntas e comentários
  4. Formaram uma audiência relevante em seus canais sociais
  5. Estão presentes nas redes e produzem informações diariamente

O espírito da rede — Uma característica mais subjetiva dos parlamentares “bons de rede” é a capacidade de compreender o espírito dos canais sociais. Em primeiro lugar, a maior parte do tempo que as pessoas dedicam à internet vai para manter contato com família e amigos, procura e avaliação de produtos e entretenimento. Sobra pouca coisa para outras atividades, consideradas mais sérias e reflexivas. Por esse motivo políticos com opiniões mais fortes tendem a conquistar mais espaço na agenda das pessoas, fazendo um mix entre abordagens contundentes, que estimulam as polêmicas, e mensagens mais protocolares. Bons exemplos disso são os deputados federais Eduardo e Jair Bolsonaro, ambos do PSC, que juntos tem mais de 4,2 milhões de fãs no Facebook e estão entre os poucos que receberam nota oito no ranking de influência. Carregando bandeiras diferentes, o pastor Marcio Feliciano, também do PSC, Jean Wyllys do PSOL e Onyx Lorenzoni do DEM, também se encaixam entre os polemistas. Na outra ponta, encontramos um perfil mais técnico, de parlamentares fortemente empenhados em causas, mas pouco associados a polêmicas. Entram nessa lista Carlos Sampaio (PSDB) e Alessandro Molon da REDE. Em resumo, o que todos têm em comum é a capacidade de falar a língua da sua audiência.

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Alexandre Secco é jornalista e sócio da Medialogue Digital. É especialista em comunicação digital. Coordena o comitê de marketing político digital da Abradi (Associação Brasileira dos Agentes Digitais). Passou por Exame, Veja e Folha de S.Paulo. secco@medialogue.com.br