“Divergir é uma atitude muito perigosa principalmente nas redes sociais, então a maior parte das pessoas procura se refugiar entre quem pensa igual a elas. Quando aparece um candidato, elas fazem a mesma coisa. O candidato distribui as propostas dele em uma rede em que o fator definitivo é essa autorreferenciação”, afirma Alexandre Secco.
Confira a opinião do diretor da Medialogue, e outros especialistas em redes sociais, nessa interessante análise do jornal O Globo que faz uma avaliação da atuação dos candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro na web.
Dentro da bolha: campanha nas redes esbarra em filtros ideológicos
Candidatos têm dificuldade para atrair novos eleitores na web, dizem especialistas
RIO — Em 2011, o livro “O filtro invisível”, de Eli Pariser, se tornou best seller nos EUA por mostrar como os algoritmos do Facebook e do Google refletiam no conteúdo visto por internautas em seus feeds — informações que chegam aos usuários a partir de seu comportamento na rede ou como resultados de busca. Segundo a lógica de Pariser, as publicações apresentadas aos usuários das redes sociais estavam cada vez mais sendo direcionadas a eles de acordo com os interesses de cada um. Com relação a postagens políticas, por exemplo, o feed do Facebook estaria deixando de fora links e posts que tivessem viés ideológico diferente dos que os usuários, por meio de cliques em links e curtidas em postagens, demonstravam apoiar.
De olho na “bolha ideológica”, análises de pesquisadores de mídia indicam que essa nova associação por pensamentos parecidos torne a campanha eleitoral um pouco mais complicada para atingir um potencial eleitorado que não é o seu. O diretor da empresa de monitoramento Medialogue, Alexandre Secco, acredita que as pessoas, de maneira geral, acabam se refugiando em grupos que pensam igual a elas.
— Divergir é uma atitude muito perigosa principalmente nas redes sociais, então a maior parte das pessoas procura se refugiar entre quem pensa igual a elas. Quando aparece um candidato, elas fazem a mesma coisa. O candidato distribui as propostas dele em uma rede em que o fator definitivo é essa autorreferenciação — afirma Secco.
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Alexandre Secco é jornalista e sócio da Medialogue Digital. É especialista em comunicação digital. Coordena o comitê de marketing político digital da Abradi (Associação Brasileira dos Agentes Digitais). Passou por Exame, Veja e Folha de S.Paulo. secco@medialogue.com.br