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Governo limpo começa com campanha limpa, por Alexandre Secco

11 regras para fazer campanha eleitoral na internet respeitando a inteligência do eleitor

Alexandre Secco, da Medialogue Digital, participa do evento Social Media Summit em São Paulo

Carta ao candidato digital

Faz menos de 10 anos que a internet foi realmente levada a sério em uma campanha política. O marco foi o anúncio da pré-candidatura do democrata Howard Dean para as primárias do partido democrata nos Estados Unidos.

No Brasil, apenas nas eleições de 2014 os candidatos deram um papel destacado a internet em suas estratégias.

Apesar de ainda ser uma novidade, os sites e as redes sociais de políticos, vem produzindo uma mudança importante no relacionamento entre a sociedade e seus representantes.

No mundo da TV, os políticos falavam para os eleitores. Hoje, os eleitores falam a respeito dos políticos. O controle mudou de mãos.

O espaço não é mais dos conteúdos produzidos pelas campanhas, mas daquilo
que as pessoas decidem compartilhar.

Por obrigar uma nova postura, mais tolerante e participativa, o digital é uma grande oportunidade de renovação para a política.

Nesse momento em que os partidos começam a preparar suas campanhas para as eleições de 2016, cabe algumas reflexões a respeito do papel da internet.

Teremos uma campanha mais curta e provavelmente com menos recursos do que em outros anos.

Aprender a se comunicar bem nesse mundo provavelmente será a diferença entre eleitos e derrotados.

Por várias razões, a sociedade está cansada de política e refratária aos velho discurso que desmancha no ar quando a contagem dos votos acaba. Eles precisarão mostrar que têm algo a dizer, além de promessas vazias. Os recursos disponíveis na internet poderão ajudar muito.

Se eles conseguirem, a sociedade toda ganha. Um governo limpo e eficiente começa em uma campanha limpa e eficiente. Abaixo 11 pontos fundamentais.

1. Data oriented – a coleta e a análise de dados devem subsidiar as análises e orientar as decisões valorizando as informações objetivas .

2. Tecnológica – os recursos tecnológicos devem ser explorados e usados intensamente para gerar mais resultado com menor custo.

3. Nativa digital –os conteúdos de campanha precisam ser criados na linguagem original dos seus canais na web. Não pode ser apenas a tradução do que já se fazia off-line.

4. Propositiva – a tecnologia é estéril sem conteúdo. Campanhas devem propor ideias, o digital é apenas plataforma.

5. Interativa – a campanha precisa falar com transparência, ouvir com atenção e se empenhar na construir diálogos.

6. Transparente – todos os recursos tecnológicos devem ser usados às claras.

7. Atraente –os recursos digitais devem ser usados para tornar a comunicação mais interessante, relevante e acessível.

8. Responsiva – o conteúdo deve ser acessível em todas as plataformas

9. Acessível – os canais digitais devem ser acessíveis para as pessoas portadoras de deficiências

10. Integrada – o digital não é uma ilha é o hub ligado a outras mídias online e offline.

11. Radicalmente democrática – a rede é livre e a noção de respeito às opiniões devem ser levada ao limite

Alexandre Secco
Medialogue Digital